terça-feira, 13 de abril de 2010
"O verão, o pássaro,e eu."
Certa manhã, ainda deitado na cama, ouvia o canto dos pássaros que, como de praxe, todos os dias me despertavam.
Os raios do sol invadiam as frestas do telhado, da porta, e dos comongóis do meu quarto.
Mas algo diferente havia, em toda aquela rotina matinal; um canto diferente entre todos os demais pássaros ali presentes.
Nesse instante, algo em mim falou mais alto que a preguiça, então, estiquei-me todo na cama ainda quentinha, e, logo em seguida levantei-me.
Fui até a janela, e o canto dos pássaros ainda estava lá, em alto e bom som.
Pensei comigo:
"Não conheço, mas pelo canto deve ser um lindo pássaro!"
Abri a janela vagarosamente, sem fazer barulho e, lá estava ele; em meio aos pardais, no galho mais alto da caramboleira do meu quintal.
Se destacava entre os demais, sua penugem era cintilante, de um verde-azulado que refletia a luz do sol.
Todo formoso era ele, confesso nunca antes, ter visto pássaro algum como aquele.
De repente, ele se foi, num voo livre e sereno, para o horizonte de azul, onde os meus olhos não poderiam mais segui-lo.
Pensei, nunca mais, ver tamanha beleza, feita pelas mãos do criador.
Mas sabia, que iria dormir feliz quando chegasse a noite, pois aquele momento matinal, ficara gravado em minha retina.
Na manhã seguinte, para minha alegria e surpresa, novamente novamente fui acordado por tão belo canto, uma melodia que, invadia e, tomava conta do meu coração.
Tão subitamente, pus-me de pé, não lembrei naquela manhã, que existiam palavras como preguiça ou comodismo, em meu vocabulário.
Girei a chave bem devagar, olhei e, no mesmo galho, de frente á janela do meu quarto, ele dava seu show, um espetáculo que, me sentia privilegiado em assistir.
Ele se foi mais uma vez, voou e levou meu olhar, mas deixou alegria em meu ser.
Assim, repetidamente, tornou-se a rotina das minhas manhãs, eu o aguardava ansioso, antes do sol nascer.
Pelas madrugadas, já deixava a janela entreaberta, só para o assistir e, deslumbrar-me em sua doce, e mágica melodia.
Até que, em uma manhã cinzenta e fria, ele não veio.
A névoa e o orvalho precediam assim, o dia em que, o sol não daria seu brilho, muito menos seu calor.
Esperei toda manhã, e nada.
Assim fiz, repetidamente, por várias manhãs, mas ele não veio.
Entristeci-me, pois, ele estava sendo, o motivo de meus suspiros, dos meus pensamentos, e o que me fazia começar bem os dias.
Pus-me á pensar e, percebi que:
Aquele verão, seria inesquecível por vários motivos; pelo calor intenso do sol, pela cor das carambolas, pelo colorido do meu quintal.
Mas o que realmente, fez a diferença de todos os outros, foi uma melodia, uma canção que até hoje, ecoa em meu coração.
Aquele pássaro, pequeno e gracioso, simples e belo, mudou aquela estação.
Fez sentido em minhas manhãs, trouxe novas cores cintilantes, aos meus olhos castanhos.
Queria sim, que, aquele verão nunca acabasse.
Mas a vida passa, o tempo não para, e as estações nunca atrasam.
Chegou o inverno, mas nunca esquecerei daquele verão.
Aquela doce canção,ainda está ali, naquela velha caramboleira, naquele quintal, no meu quarto, e aqui, em meu peito.
A liberdade deu asas ao pássaro, e ele se foi, á procura de novos corações a encantar.
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Boa noite!
ResponderExcluirSeu belo texto venho dá asas a minha imaginação. A libertade tão almejada nos convida dia após dia. Somos todos como passaros, querendo voar o mais alto que pudemos.
Vamos juntos então, voamos...