segunda-feira, 15 de março de 2010

Sentindo o Vento


Como todo sonhador, deseja em seu íntimo, no foco de seu interior, na sua mais profunda forma de ser, e fazer lógica de seus pensamentos, assim também eu, um dia quis, ser algo mais que apenas eu. Ouço as pessoas professando, de seus testemunhos e sonhos, de suas ilusões ocultas, tais como; Sonhar em ser um pássaro, e voar livre num céu de infinito azul. Conseguindo seu abrigo em uma linda e frondosa árvore frutífera, levando consigo em seu voo, sementes que poderiam dar origem a novas plantas, e assim por sequência; a vida.Ou então ser o sol, pra aquecer a quem se ama, e quer bem, mesmo sabendo que o mesmo, no maior tom de sua liberdade, com seus raios fúlgidos, poderá maltratar aqueles que estão debaixo de seu esplêndido poder.já eu ponderando e me pondo á pensar á respeito, desde criança, sempre tive um apego muito grande pelo vento. Sentia uma sensação de liberdade, uma vontade de me envolver á ele e me fazer parte dele, como numa fusão. Não como um pássaro, ou como uma simples e linda folha á flutuar, mas no clímax de sua beleza, (ser) o próprio vento. E devanear ares no seu ímpeto glorioso, desbravar montanhas, colinas, vilarejos casas, ruas, e praças.Sem distinção de lugares, fazer meu tudo aquilo que quiser, tocar tudo que desejar. Eu como vento, não seria como o sol, ele não pode estar em todos os lugares, pois se há luz, também há sombra. Já o vento não, ele está em tudo, no céu, na terra, em baixo da terra, até mesmo dentro de uma garrafa tampada. Não importa, ele sempre estará lá. Por isso eu sempre sonhei em ser o vento, ele é abrangedor, majestoso, imponente, traz consigo mudanças, refrigério, assolações, devastações e muitos outros fenômenos que só ele com seu poder consegue. Eu que amei o vento pela primeira vez, quando parei para o sentir, com meus olhos fechados, voei, viajei com ele, fui arrebatado por seus redemoinhos.

Amós Gomes

Um comentário:

  1. Boa tarde!

    Amado, sua reflexão poética, nos convida a sentir melhor esse vento que nos toca, sem pedir permissão, pois o mesmo assim, não o precisa fazer, pois sabe de quem somos filhos, e ele sabe quem o fez: O criador.

    Belíssimo texto, parabéns.

    Forte abraço

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